Estorinhas para Acordar Crianças & Canções para Ninar o Pensamento. (Espaço para expressar intuições inspiradas em toda a tradição mística e no livro Um Curso em Milagres)
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Todas as coisas são puras para os puros.
Foi dito pelo apóstolo Paulo que "todas as coisas são puras para os puros". Esta frase inverte a maioria das teorias morais vigentes no mundo, que consideram a pureza fruto de uma realização externa, de um esforço, de uma penitência. No pensamento de Paulo a pureza está no olhar, no re-conhecimento da própria pureza que já existe antes de qualquer feito.
Não é possível "fazer pureza" nem "inventar pureza" para ser puro. Só há um modo de experimentar a pureza em todas as coisas: se conhecendo puro.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Do Pensamento.
O livro Um Curso em Milagres diz que ensinamos o tempo todo. Com este ensinar o Curso quer dizer que tudo o que pensamos, toda nossa atitude mental tem consequência "fora" de nós, justamente porque não há fronteiras entre o que está dentro e o que está fora. No dizer do poeta William Blake, "um só pensamento impregna a imensidão".
Não nos fechemos em nossas redomas, pois nem o próprio pensamento quer a prisão. Ele quer ser liberto por nós, elevado para as mais altas esferas celestes. Pensamentos de Amor são milagrosos pois curam. Muito ajudamos e muito somos ajudados sem sequer saber quem ajudamos ou por quem fomos ajudados.
Quando ensinamos o Amor, não o ensinamos somente a pessoa mais próxima, mas a todo o universo, que é Um, e brinca de ser diverso. Pensamentos amorosos são feixes de luz que nos carregam de volta a Fonte. Aquele que pensa é o Filho de Deus, que, em verdade, nunca se separou da Fonte, mas por ser potencialmente criador como Deus, "criou" um pensamento de separação e esta "criação" tomou forma. No entanto, pensamentos podem ser co-criadores com Deus ao manifestar o amor a Unicidade, a volta para a casa do Filho pródigo que saiu por aí a brincar de se esconder da realidade.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Da Unidade
Na Verdade não há disputa. A Verdade não precisa de defesas, nem de crenças, nem de opiniões. Independente da imagem que fizerem da Verdade ela continua tal como é. A Verdade é absoluta porque é livre e solta das relações, das comparações, dos julgamentos. Quanta paz existe em não comparar? Todos os conflitos nascem de comparações:
"isto não deveria ser assim, mas de outro jeito"
"quando eu me mudar de cidade tudo irá melhorar"
"não estou tão bem como eu queria, mas, a gente vai levando"
Há sempre uma comparação entre o que vivemos e o que seria "ideal" vivermos. Mas, se o verdadeiro ideal é a paz, não deveríamos ter outro substituto! Sejamos "radicais" neste ponto. Apenas a Paz Verdadeira importa!
O livro Um Curso em Milagres fala da Unidade com o Criador. Mas assim que lemos tal mensagem pode surgir em nossa cabeça a "heresia" de nos considerarmos Deus. Mas isto só seria Verdade dentro do nosso plano de compreensão da realidade. Não temos palavras para definir essa Unidade, mas podemos experimentá-la através do Amor Universal. O Amor Universal é nossa Realidade, é a nossa Verdade Absoluta, é nossa União com o Criador que nos faz também criativos. Com a mente analítica não conseguiremos compreender a ideia de Unidade, pois o julgamento e a comparação, que são próprios da mente analítica, verá na Unidade um grande bloco cercado de nada. Por isso é necessário percebermos que nenhuma noção desse mundo é párea com a Verdade da nossa Unidade. Mas, se conhecemos a Beleza, a Alegria, o Amor, a Paz, por qual motivo iremos raciocinar sobre elas? Esta Verdade é antes de tudo, antes do mundo, antes do tempo, antes de noção de antes e depois. Muitos negam Deus sem saber que O vivem a todo momento, por isso toda Sabedoria se resume ao auto-conhecimento.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Deus e o Fogo.
O fogo tem sido constantemente utilizado como símbolo de Deus. No Antigo Testamento a imagem que é revelada a Moisés como a melhor representação de Deus é uma sarça que pega fogo sem se consumir. O fogo é um símbolo exato pois representa duas características de Deus: a Imutabilidade e a Criatividade. O fogo é imutável pois nunca muda sua natureza. Mas isso não significa que o fogo seja estático, se assim fosse, a eternidade seria um tédio. Nossas noções de movimento e repouso não nos dão os parâmetros exatos da eternidade, que é completamente uma outra instância! O fogo é como Deus: sempre crepitante, a espalhar sua natureza por todas as coisas sem, no entanto, mudar a si mesmo, e por isso é também Criador! Deus é dinâmico como o fogo, pois estende seu Amor por todas as coisas! Mas é dinâmico sem mudar! Quando colocas uma tocha acesa em uma madeira, a tocha compartilha o fogo com a madeira sem perder sua essência! Assim também é o Amor, o fogo de Deus no homem!
domingo, 14 de agosto de 2011
Cantiga de Acordar.
(Onde alguns sentem pavor, a menina Chihiro vê apenas um pedido de ajuda)
Tudo busca Vida. Como pode a árvore não se curvar para avistar o Sol que a alimenta? Como pode o leão não se esforçar para caçar sua presa? Como pode esta mesma presa não fugir e buscar refúgio? Tudo manifesta a saudade da Vida Eterna. Ao ver um jovem inquieto não veja nele a inquietude, veja o quão grande é o esforço insensato de sua busca! Quando teu coração sorri para um coração perdido, ele encontra o caminho de volta. Todos os grandes erros do homem não passam de peripércias infantis. A um mendigo com sede o que deves oferecer: água ou conselho? Todos querem apenas a Paz, e é a Paz que deves oferecer. Por isso a gentileza é reconhecida até entre os denominados "piores bandidos". Por isso existe "código de ética" entre criminosos, ou já vistes alguém criar "códigos de maldade"? E se fosse possível isso existir, o que quereria esta "maldade" senão algum bem?
Nada quer a Morte. Esta verdade pode ser entendida de duas formas. Ou pode ser a verdade de um ser que se julga separado e necessita de ilusão de vida. Ou pode ser a certeza de que nada deixou sua Fonte - e tudo aqui neste sonho é apenas um canto de ninar ao contrário - para que acordemos num lugar bonito onde não existem contrários, onde tudo é, no máximo, sinônimo. O Mesmo sem mesmice. A Paz sem tédio. O Amor sem exclusão.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
O Cristo.
Conto oferecido a Safira, que significa "pedra preciosa", e a Daniele, que significa "só Deus é meu juiz".
O Inventor de Fábulas viu uma senhora zangada e infeliz no coração e disse:
- Eis Cristo, brincando de ser quem não é.
Ao ver uma criança conversando com o Sol, disse:
- Eis Cristo, brincando de ser quem é.
Ao ver um filósofo perdido em pensamentos, disse:
- Eis Cristo, brincando de procurar aquilo que já achou.
Ao ver uma flor, disse:
- Eis Cristo, brincando de embelezar aquilo que já é Belo.
Ao ver um porco enlamaçado, disse:
- Eis Cristo, louvando a Pureza.
E terminou dizendo: "O Mundo é um passeio com destino a Deus".
segunda-feira, 25 de julho de 2011
O que fazer?
(Conto oferecido aos meus queridos amigos André, Lula, Douglas, Junior, Madhu e pra todo mundo).
O discípulo, angustiado, pergunta ao seu mestre:
- Mestre, tenho dúvidas se entrego um ladrão que conheço a polícia. Se eu o entregar, meus pensamentos me acusarão de delator e alcoviteiro. Se eu não o entregar, minha mente me acusará de omisso e complacente. O que fazer?
O mestre, com muita simplicidade e serenidade, responde:
- O sábio, entregando ou não entregando, o fará com bondade. O tolo, entregando ou não entregando, o fará com perversidade.
domingo, 17 de julho de 2011
Do Verdadeiro Silêncio
O Silêncio Real é mais que mera ausência de som, pois não luta contra nada, sendo perfeita afirmação de tudo. Cantemos então no verdadeiro Silêncio, e saibamos que por trás daquilo que chamamos silêncio há ainda um outro Silêncio, que a tudo permeia. Este Silêncio pertence ao Reino, como tudo aquilo que afirma. Este Silêncio é abundância, não carência.
Um coração aquietado, ouvinte, amante de todas as coisas sabe e vive o Silêncio. Ser silencioso não é "não falar", mas falar com a paz da alma.
Um coração aquietado, ouvinte, amante de todas as coisas sabe e vive o Silêncio. Ser silencioso não é "não falar", mas falar com a paz da alma.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Da Alegria do Perdão
Eis que o Invetor de Fábulas, no mundo de trocas vazias, proferiu o seguinte discurso:
O perdão é esquecer a mágoa para lembrar quem és. O perdão, portanto, é uma luz que se incide em ti e é espalhada a todo o mundo. Só é possível o perdão num mundo aparentemente doente - este mundo é, pois, o palco do perdão, e não da dor, como muitos dizem. Para aquele que se considera doente tudo aqui é drama, para o sábio – possibilidades santas. O perdão é uma janela aberta, ou melhor, é a ausência de paredes entre o outro e o eu. É vislumbrar o igual acima dos labirintos que o diferente cria. É unir onde há desunião. É a reza silenciosa onde se misturam os irmãos em alegria de purezas, tranquilidades e maravilhas. Nunca o perdão é pouco, pois é tudo o que podes fazer, ou melhor, permitir. O perdão é mais que um fazer nosso, é um permitir que se faça. É uma abrir-se, um brilhar-se. Não há perdão sem sorriso interno – o perdão surge com a alegria amorosa do Espírito. Quem perdoa anuncia preciosidades com os lábios em êxtase e os olhos em chamas. Quem perdoa anuncia que nunca saímos de Casa. Quem perdoa dissemina a paz perfeita dos santos que somos, do bem real acima dos conceitos. Quem perdoa vive em Deus no momento em que perdoa e permeia com Ele todo o mundo, admirando-o em sua frágil infância.
O perdão é esquecer a mágoa para lembrar quem és. O perdão, portanto, é uma luz que se incide em ti e é espalhada a todo o mundo. Só é possível o perdão num mundo aparentemente doente - este mundo é, pois, o palco do perdão, e não da dor, como muitos dizem. Para aquele que se considera doente tudo aqui é drama, para o sábio – possibilidades santas. O perdão é uma janela aberta, ou melhor, é a ausência de paredes entre o outro e o eu. É vislumbrar o igual acima dos labirintos que o diferente cria. É unir onde há desunião. É a reza silenciosa onde se misturam os irmãos em alegria de purezas, tranquilidades e maravilhas. Nunca o perdão é pouco, pois é tudo o que podes fazer, ou melhor, permitir. O perdão é mais que um fazer nosso, é um permitir que se faça. É uma abrir-se, um brilhar-se. Não há perdão sem sorriso interno – o perdão surge com a alegria amorosa do Espírito. Quem perdoa anuncia preciosidades com os lábios em êxtase e os olhos em chamas. Quem perdoa anuncia que nunca saímos de Casa. Quem perdoa dissemina a paz perfeita dos santos que somos, do bem real acima dos conceitos. Quem perdoa vive em Deus no momento em que perdoa e permeia com Ele todo o mundo, admirando-o em sua frágil infância.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Do corpo.
Deixarias de comemorar a festa de teu irmão caso faltassem as taças e o vinho? Ou reuniria todos os convidados ao redor de uma fogueira simples cantarolando o Amor Bendito, rindo alma com alma? Assim são os corpos. Taças que brindam o Amor. Mas o Amor Real, solto de tudo, não necessita de taças para o brinde.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Não há nada que não cante a Saudade de Deus
Em todas as coisas, que se veja apenas o que elas apontam. Uma pequena pedra não é valiosa pela sua pequenez, e sim pela grandeza oculta que lhe falta, mas que ela sugere. Também a flor não é bela pela sua forma, mas porque deixa clara sua dependência do Sol e traduz isso em cores que lembram a Vida. A pequena pedra deita no berço da grandiosidade na qual está suspensa. A humilde flor tem suas cores aguçadas pela luz solar. A maior tristeza é o espaço onde ocorrem os mais felizes milagres. Não há nada que não cante a saudade de Deus.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Além
"Para além do bem e do mal"
Disse um filósofo
Em seu inferno astral
"Para além do mal e do bem"
Disse bem tranquilo
Um monge todo zen
Disse um filósofo
Em seu inferno astral
"Para além do mal e do bem"
Disse bem tranquilo
Um monge todo zen
quarta-feira, 30 de março de 2011
Quem és Tu?
Dois transeuntes caminhavam em sentido contrário. Ao se cruzarem, ambos pararam e se entreolharam. Um deles perguntou:
- Quem és tu? Tu não és o irmão do pescador que mora logo ali na rua de baixo?Eis a resposta, seguida de outra pergunta:
- Não, não sou eu. Mas tu também não me é estranho. Tu não és o irmão do doutor que mora logo ali na rua de cima?
- Não sou eu.
Neste momento passa por ali um vendedor de jóias e, espantado, pergunta aos dois:
- Olha! Vocês não são os dois irmãos, filhos do jardineiro que mora aqui na rua do meio?
- Quem és tu? Tu não és o irmão do pescador que mora logo ali na rua de baixo?Eis a resposta, seguida de outra pergunta:
- Não, não sou eu. Mas tu também não me é estranho. Tu não és o irmão do doutor que mora logo ali na rua de cima?
- Não sou eu.
Neste momento passa por ali um vendedor de jóias e, espantado, pergunta aos dois:
- Olha! Vocês não são os dois irmãos, filhos do jardineiro que mora aqui na rua do meio?
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