quinta-feira, 14 de julho de 2011

Da Alegria do Perdão

Eis que o Invetor de Fábulas, no mundo de trocas vazias, proferiu o seguinte discurso:

O perdão é esquecer a mágoa para lembrar quem és. O perdão, portanto, é uma luz que se incide em ti e é espalhada a todo o mundo. Só é possível o perdão num mundo aparentemente doente - este mundo é, pois, o palco do perdão, e não da dor, como muitos dizem. Para aquele que se considera doente tudo aqui é drama, para o sábio – possibilidades santas. O perdão é uma janela aberta, ou melhor, é a ausência de paredes entre o outro e o eu. É vislumbrar o igual acima dos labirintos que o diferente cria. É unir onde há desunião. É a reza silenciosa onde se misturam os irmãos em alegria de purezas, tranquilidades e maravilhas. Nunca o perdão é pouco, pois é tudo o que podes fazer, ou melhor, permitir. O perdão é mais que um fazer nosso, é um permitir que se faça. É uma abrir-se, um brilhar-se. Não há perdão sem sorriso interno – o perdão surge com a alegria amorosa do Espírito. Quem perdoa anuncia preciosidades com os lábios em êxtase e os olhos em chamas. Quem perdoa anuncia que nunca saímos de Casa. Quem perdoa dissemina a paz perfeita dos santos que somos, do bem real acima dos conceitos. Quem perdoa vive em Deus no momento em que perdoa e permeia com Ele todo o mundo, admirando-o em sua frágil infância.

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