segunda-feira, 2 de abril de 2012

Gratidão.


"Quem reconhecido recebe, abundante colheita obtém." (William Blake)

Eis uma lógica que de tão clara parece absurda: para receber é preciso saber receber. Inverte-se, assim, a máxima popular: “dar para (depois) receber”. Aquele que recebe de maneira sisuda e ingrata algo ofertado com alegria, pode receber o objeto, mas não recebe a alegria com a qual o mesmo foi ofertado, uma vez que seu demasiado orgulho o impede de receber. A alegria, portanto, é a colheita abundante que um espírito grato obtém.
Ao abordar o provérbio de uma perspectiva ainda mais profunda, pode-se afirmar que Blake segue a tradição mística, que insiste em ver só o Amor Divino em todas as coisas, inclusive nas manifestações de aparente ódio. Neste estágio, a alegria recebida é instantânea, pois os olhos são alegres e veêm só o Amor que querem ver, mesmo ao vislumbrar expressões que ofertam desamor. Tudo isso confirma a absoluta fé do místico no Amor e na Harmonia Divina.

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