sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A vã tentativa de nos redimir perante Deus segundo o Um Curso em Milagres




O pensamento nunca pára. Estamos sempre buscando o que fazer. Queremos consertar, sugerir, criticar, impor, alertar. Por quê? De acordo com o Um Curso em Milagres, em nosso inconsciente ficou guardada a culpa pela separação de Deus. Acreditamos na separação e nos culpamos por isso. No entanto, a separação é um erro ontológico, ou seja, é impossível. E foi justamente por termos acreditado que o impossível se fez possível que fizemos um mundo de limites, pois o inverso do Céu Ilimitado só poderia ser um universo limitado. Dessa forma, crer que essa é a nossa realidade é errar novamente, é acreditar que nosso erro inicial se concretizou, ou seja, que, de fato, nos separamos de Deus.

Como acreditamos nessa aparente separação e levamos o fardo pesado da culpa, nossos pensamentos e corpos não param, na tentativa de reparar um erro que, em verdade, não causou dano algum na Realidade nem em nossa essência.

Vivemos ansiosos, pois tememos o castigo de Deus, mas não sabemos disso, como diz a quinta lição do Livro de Exercícios: “Eu nunca estou transtornado pelos motivos que imagino”. Então, vivemos ansiosos, pois tentamos nos redimir num ritual grotesco de auto-sacrifício. Queremos mostrar a Deus o quanto somos santos. Mas essa “santidade” é completamente artificial, pois só o que Deus cria é natural. Deus já nos fez naturalmente perfeitos. É preciso muita humildade para reconhecer que já somos grandes! Além disso, todo o ritual grotesco oferecido a Deus não está baseado no amor a Deus, mas no amor à própria imagem fragmentada que necessita de destaque. No entanto, todo destaque exige que alguém brilhe menos, e é por isso que vemos inimigos por toda a parte – o outro se tornou um obstáculo entre meu Deus e eu, chegando ao ápice de um pensador dizer que “o inferno são os outros”.





Nosso conforto é saber que tudo isso é inútil, todas as tentativas são vãs, todos os esforços, desperdício de tempo. Pois Deus é Amor Perfeito e a Fonte Imutável de nossa linda essência também Imutável. Saber que nada aconteceu, que o Céu permanece Imaculado, nos livra da culpa ontológica, totalmente infundada. Sendo assim, o verdadeiro perdão anuncia a Vida num mundo de morte. Ninguém é capaz de ferir minha essência viva e eterna, por isso perdoo quem tentar. Perdoar é, portanto, não alimentar o ilusório ciclo interminável da culpa, o eliminando, primeiramente, de nossos corações, que, assim, se tornam espelhos sem manchas para reflectir a Pureza Original, espalhando naturalmente a Salvação num mundo doente. Levantando os mortos, curando os enfermos e fazendo com que os cegos de si mesmo passem a enxergar a Luz Perfeita que jorra de dentro deles!

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