sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Cristo.


Conto oferecido a Safira, que significa "pedra preciosa", e a Daniele, que significa "só Deus é meu juiz".



O Inventor de Fábulas viu uma senhora zangada e infeliz no coração e disse:

- Eis Cristo, brincando de ser quem não é.

Ao ver uma criança conversando com o Sol, disse:

- Eis Cristo, brincando de ser quem é.

Ao ver um filósofo perdido em pensamentos, disse:

- Eis Cristo, brincando de procurar aquilo que já achou.

Ao ver uma flor, disse:

- Eis Cristo, brincando de embelezar aquilo que já é Belo.

Ao ver um porco enlamaçado, disse:

- Eis Cristo, louvando a Pureza.

E terminou dizendo: "O Mundo é um passeio com destino a Deus".

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O que fazer?



(Conto oferecido aos meus queridos amigos André, Lula, Douglas, Junior, Madhu e pra todo mundo).

O discípulo, angustiado, pergunta ao seu mestre:

- Mestre, tenho dúvidas se entrego um ladrão que conheço a polícia. Se eu o entregar, meus pensamentos me acusarão de delator e alcoviteiro. Se eu não o entregar, minha mente me acusará de omisso e complacente. O que fazer?

O mestre, com muita simplicidade e serenidade, responde:

- O sábio, entregando ou não entregando, o fará com bondade. O tolo, entregando ou não entregando, o fará com perversidade.

domingo, 17 de julho de 2011

Do Verdadeiro Silêncio

O Silêncio Real é mais que mera ausência de som, pois não luta contra nada, sendo perfeita afirmação de tudo. Cantemos então no verdadeiro Silêncio, e saibamos que por trás daquilo que chamamos silêncio há ainda um outro Silêncio, que a tudo permeia. Este Silêncio pertence ao Reino, como tudo aquilo que afirma. Este Silêncio é abundância, não carência.

Um coração aquietado, ouvinte, amante de todas as coisas sabe e vive o Silêncio. Ser silencioso não é "não falar", mas falar com a paz da alma.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Da Alegria do Perdão

Eis que o Invetor de Fábulas, no mundo de trocas vazias, proferiu o seguinte discurso:

O perdão é esquecer a mágoa para lembrar quem és. O perdão, portanto, é uma luz que se incide em ti e é espalhada a todo o mundo. Só é possível o perdão num mundo aparentemente doente - este mundo é, pois, o palco do perdão, e não da dor, como muitos dizem. Para aquele que se considera doente tudo aqui é drama, para o sábio – possibilidades santas. O perdão é uma janela aberta, ou melhor, é a ausência de paredes entre o outro e o eu. É vislumbrar o igual acima dos labirintos que o diferente cria. É unir onde há desunião. É a reza silenciosa onde se misturam os irmãos em alegria de purezas, tranquilidades e maravilhas. Nunca o perdão é pouco, pois é tudo o que podes fazer, ou melhor, permitir. O perdão é mais que um fazer nosso, é um permitir que se faça. É uma abrir-se, um brilhar-se. Não há perdão sem sorriso interno – o perdão surge com a alegria amorosa do Espírito. Quem perdoa anuncia preciosidades com os lábios em êxtase e os olhos em chamas. Quem perdoa anuncia que nunca saímos de Casa. Quem perdoa dissemina a paz perfeita dos santos que somos, do bem real acima dos conceitos. Quem perdoa vive em Deus no momento em que perdoa e permeia com Ele todo o mundo, admirando-o em sua frágil infância.